Saiba tudo sobre a qualidade no armazenamento de hemocomponentes e hemoderivados
Armazenar hemocomponentes e hemoderivados é fundamental para garantir a eficácia, conformidade regulatória e a segurança desses materiais sanguíneos.
Quando as práticas e diretrizes são seguidas, os bancos de sangue e hemocentros podem garantir a qualidade e a validade de todos os componentes, indo do momento da triagem até o uso clínico, sempre contribuindo para tratamentos eficazes e seguros aos pacientes.
Para garantir um armazenamento correto dos hemocomponentes, continue acompanhando este conteúdo. Vamos lá!
Entenda a diferença entre hemocomponentes e hemoderivados
Tanto os hemocomponentes como os hemoderivados são produtos sanguíneos manipulados e utilizados para as mais variadas finalidades. Mas cada um apresenta as suas diferenças.
Os hemocomponentes são as partes específicas do sangue, as quais são separadas através de centrifugação ou filtração. O sangue é coletado do doador e, logo em seguida, separado em vários componentes, como o concentrado de hemácias, plasmas, plaquetas e crioprecipitados.
Quando separados, esses hemocomponentes servem para o tratamento de diferentes situações médicas, proporcionando benefícios de acordo com as necessidades dos pacientes.
Já os hemoderivados são produtos derivados do plasma que passam por processos mais complexos, incluindo purificação e modificação. Esses componentes são obtidos por meio do plasma sanguíneo, junto ao auxílio de produtos de coagulação, hemoglobina e albumina.
Os hemoderivados são muito utilizados para tratamentos específicos, os quais se destacam os distúrbios de coagulação e as deficiências imunológicas.
Conheça a Portaria n. 158 do Ministério da Saúde
O objetivo principal da Portaria n. 158 do Ministério da Saúde é “regulamentar atividade hemoterápica no país, de acordo com os princípios e diretrizes da Política Nacional de Sangue, Componentes e Derivados, no que se refere a captação, proteção ao doador e ao receptor, coleta, processamento, estocagem, distribuição e transfusão de sangue, de seus componentes e derivados, originados do sangue humano venoso e arterial, para diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças.”
Publicada em 2016, essa legislação redefiniu o regulamento técnico para os procedimentos de hemoterapia. Além disso, detalha pontos importantes, sendo eles:
- Armazenamento: hemocomponentes e hemoderivados precisam ser armazenados e conservados corretamente em câmaras frias exclusivas e também apropriadas, sem esquecer da identificação.
- Temperatura: as câmaras devem respeitar a determinação de cada matéria. Além disso, é preciso ter um sistema completo de ventilação para que o ar circule e realize uma distribuição homogênea.
- Validade: os hemocomponentes e hemoderivados apresentam validades diferentes. Para evitar materiais fora da validade, é importante realizar uma etiquetagem por meio de código de barras.
Armazene os hemocomponentes corretamente
Somente com um armazenamento adequado, os materiais mantêm sua eficácia. É importante entender que cada produto sanguíneo demanda cuidados específicos durante a sua armazenagem. Entenda:
Concentrado de hemácias lavadas
Obtido por meio de uma lavagem com soro fisiológico, este concentrado deve ser conservado em temperatura de 2 °C a 6 °C, tendo uma validade curta de apenas 24 horas.
Concentrado de hemácias
Deve ser armazenado em geladeira com uma temperatura que varia de 1 °C a 6 °C. A sua utilização deve acontecer no prazo de 35 a 42 dias no máximo.
Plasma Fresco Congelado (PFC) e crioprecipitado
O PFC demanda armazenamento em freezer com, no mínimo, -18 °C. A boa notícia é que ele pode ser armazenado por até um ano, assim como o crioprecipitado.
Plaquetas
Com uma validade menor que vai de cinco a sete dias, as plaquetas devem ser armazenadas em agitadores específicos em uma temperatura controlada de 20 °C a 24 °C.
Plasma
O plasma pode ser congelado a -18 °C no mínimo e também armazenado em geladeira com uma temperatura de 1 °C a 6 °C. Já a sua validade é de até um ano.
Células Progenitoras Hematopoiéticas (CPH)
As CPH podem ficar armazenadas por longos períodos, principalmente nos bancos de célula-tronco. Além disso, o seu armazenamento deve ser em temperaturas extremamente baixas, sendo de aproximadamente -196 °C em nitrogênio líquido.
Como os hemoderivados devem ser armazenados?
Armazenar os produtos derivados do plasma sanguíneo, os hemoderivados, é um processo essencial para garantir a eficácia e segurança dos materiais. Entenda:
Fatores de coagulação
Alguns fatores de coagulação, como no caso do fator VIII e fator IX, devem ser armazenados em -18 °C no mínimo, considerando a sua validade de um ano.
Imunoglobulina (Ig)
Deve ser armazenada entre 2 °C e 8 °C, podendo ser utilizada por até três anos.
Albumina
O armazenamento da albumina vai de 2 °C a 25 °C, considerando que a sua forma liofilizada pode ser armazenada em temperatura ambiente. O seu prazo de validade é de três anos.
Conhecer e entender os hemocomponentes e hemoderivados, sua validade e seu armazenamento é fundamental em qualquer branco de sangue, afinal, demonstra que o local tem uma gestão eficiente e criteriosa.
Uma forma de manter tudo sob controle é contar com um software próprio para bancos de sangue, capaz de organizar automaticamente os componentes, mantendo seu estoque sempre abastecido e em segurança.
O RealBlood é um software que cuida do cálculo de validade e o volume de cada hemocomponente e hemoderivado, emitindo etiquetas com código de barras de acordo com as regras estabelecidas.
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